GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA
JUVENTUDE IMPERIAL
CARNAVAL 2009
ENREDO:
Do doce sabor da Manga, meu tronco é a Marrom – “ALCIONE”
Neste carnaval de 2009, a JUVENTUDE IMPERIAL, escola de samba tradicional de Juiz de Fora vem homenagear a grande sambista, cantora, brasileira, maranhense e mangueirense “ALCIONE”, com o enredo “Do doce sabor da manga o meu tronco é a marrom”.
ALCIONE é filha de um dos mais belos estados do Brasil, O Maranhão. Um estado de belas paisagens esculpidas pelas mãos divinas, tendo como exemplo os lençóis maranhenses.
O povo de São Luiz é alegre e festeiro, principalmente no carnaval, durante os festejos juninos, quando a cidade toda fica em festa, porem são iniciados nos folguedos desde a meninice e brincam isoladamente em pequenos grupos vestidos de “fofões” de chita colorida, com máscaras muito estranhas, reproduzindo animais da fauna ou das lendas maranhenses. No Maranhão mal termina o carnaval começam os ensaios dos cordões de bumba meu boi e das quadrilhas que se apresentam durante a festa junina. Chegando o mês de junho, São Luiz se transforma em um imenso arraial. Podendo-se observar a riqueza e o colorido dos chapéus, dos peitilhos e dos aventais dos brincantes do boi, cheios de fita, penas, vidrilhos, lantejoulas, caprichosamente bordados quase sempre em padrões florais ou reproduzindo imagens de santos.
Mas não é só de São João e carnaval que o povo maranhense se orgulha, tem também outras festas importantes como:
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BUMBA MEU BOI
O autopopular do bumba meu boi conta a “estória” de Catirina, uma escrava que leva seu homem, o Nego Chico a matar o boi mais bonito da fazenda para satisfazer seu desejo de grávida e comer a língua do boi.
Descoberto o mal feito, o amo (fazendeiro) manda que os índios capturem o criminoso, que quando trazido a sua presença para ressuscitar o boi, chama o doutor que ironiza a medicina e “cura” o boi. Finalmente ressurgido o boi, é perdoado o negro, a pantomima termina em uma grande festa.
O Bumba meu Boi é quase uma forma de oração, formando um elo entre o sagrado e o profano.
CAZUMBÁ: Personagem do bumba meu boi que funde elementos afros indígenas.
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TAMBOR DE CRIOULA
É uma dança africana e sensual, excitante e apresenta várias formas de dançar. Não tem calendário fixo, embora seja em louvor a São Benedito.
É dançado apenas por mulheres que fazem uma roda em cujo centro evolui apenas uma delas. O momento alto da evolução é a “punga” ou umbigada, que é uma forma de convite para que outra dançarina assuma a evolução da roda
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TAMBOR DE MINA
É o termo dado à religião que os descendentes de negros africanos de origem GEGÊ e NAGÔ trouxeram para o Maranhão. É uma manifestação de religiosidade popular especificamente maranhense que tem lugar em casa de cultos conhecida como terreiro.
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DANÇA DO LELÊ
É uma dança de salão de origem européia, provavelmente francesa, com traços ibéricos, presente nos municípios de Rosário (povoado de São Simão) e Axixá desde o século XIX. Embora seja uma dança profana pode ser apresentada em louvor a um santo.
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DANÇA DE SÃO GONÇALO
A TRADIÇÃO POPULAR CONSIDERA São Gonçalo como um santo casamenteiro e dançador, que tocava viola e convertia mulheres dançando com elas, tendo pregos em seus sapatos que lhe feriam os pés.
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DANÇA DO CAROÇO
De origem indígena, a dança do caroço se concentra na região do delta da Parnaíba, principalmente no município de Tutóia. É executada por brincantes de qualquer sexo ou idade.
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CACURIÁ
O cacuriá é uma dança de roda animada por instrumentos de percussão. É uma dança típica dos festejos juninos.
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DANÇA DO COCO
A dança do coco tem sua origem no canto dos trabalhadores dos babaçuais do interior do Maranhão. É uma dança de roda cantada, com acompanhamentos de instrumentos de percussão e das palmas que formam a roda.
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Assim se completa a parte folclórica da linda cidade do Maranhão, onde foi nascida a nossa querida Marrom, ALCIONE, partimos então para a manga.
Porque falar-mos da Manga?
A manga é uma fruta tipicamente brasileira que hoje em dia é uma das grandes fontes de produção do norte do país.
Tem um sabor doce como à voz inigualável da nossa grande cantora, e foi também a manga que deu o nome a escola de samba “Estação Primeira de Mangueira”, escola de coração da ALCIONE.
E por falar em Mangueira, ALCIONE se apaixonou primeiro pelas cores verde e rosa que viu em uma foto da ala das baianas da revista O Cruzeiro. Na primeira vez que chegou a estação primeira em 1975, a levaram até a casa de Cartola onde foi apresentada a D. Zica e daí em diante se tornou “de casa”. Nunca mais abandonou a escola, seu primeiro campeonato foi em 1984, depois de 9 anos desfilando pela escola.
Em 12/08/1987, funda ao lado de tia Jô, tia Neuma, tia Zica, tio Jair, Dinorá, Jorge Simão e Chiquinho, o Grêmio Recreativo e Cultural do Amanhã (Mangueira do Amanhã).
Inspirada no Império do futuro idealizou o projeto da escola de samba. O G.R.C. Mangueira do Amanhã não é apenas uma escola de samba, está integrada nos grandes projetos da comunidade verde e rosa, como: Esportes, Educação, Orientação para o trabalho, atividades culturais e sociais, contando também com o baile das debutantes.
Ela trabalhou 16 anos nesse projeto. Hoje existe até faculdade dentro da escola. ALCIONE é presidente de honra, continuando voluntária na escola.
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Agora vamos falar da nossa homenageada:
ALCIONE, “ A MARROM”
ALCIONE DIAS NAZARETH nasceu no bairro de São Pantaleão em São Luiz (MA), no dia 21 de novembro de 1947, é a quarta de nove irmãos, sendo a mais velha entre as mulheres. O pai João Carlos Dias Nazareth, foi mestre da banda da policia militar de São Luiz do Maranhão e professor de música. Foi ele que a ensinou ainda cedo a tocar vários instrumentos de sopro, se dedicando mais ao trompete, além disso, foi compositor e cantador de bumba meu boi, sempre foi um homem muito rigoroso na criação dos filhos. Sua mãe Felipa Rodrigues Nazareth lavava roupas para fora, vendia peixes e foi vigilante de corredor em um colégio. ALCIONE não tinha muitos brinquedos e gostava muito de brincar com a boneca da vizinha que era muito grande, tanto que hoje em dia tem uma coleção de mais de 300 bonecas. Seu hobby é o bordado, principalmente o ponto cruz.
ALCIONE quebrava coco de babaçu pra vender as sementes, e vendia garrafas para poder ter um dinheirinho para ir ao cinema de vez em quando. Estudou em colégio público e se formou professora. Sua primeira apresentação foi aos 12 anos, na orquestra Jazz Guarani, na qual seu pai fazia parte, o crooner ficou rouco e ela o substituiu. Continuou a se dedicar à música e nos anos de 1965/66 se apresentava na TV Maranhão, em 1968 com 21 anos se mudou para o Rio de janeiro, sua primeira aparição em público no Rio foi na TV Excelsior, cantando “Eu e a Brisa”, assinou seu primeiro contrato profissional com a TV Excelsior apresentando o programa “Sendas do Sucesso”, depois de 6 meses realizou uma turnê pela América latina, voltou para cantar em São Paulo e depois retornou para outra turnê que durou 2 anos. Em 1972 retornou ao Brasil apadrinhado por Jair Rodrigues, quando gravou seu primeiro compacto simples, nessa época sua voz e seu trompete já havia conquistado os produtores internacionais, mas sem o reconhecimento do povo brasileiro.
Conheceu a música “Não deixe o samba morrer” através de uma cantora com a qual dividia a noite em uma boate paulista onde trabalhava. Quando ALCIONE chegou um dia, estava à moça cantando essa música, então perguntou a ela quem tinha gravado, e a cantora disse que ninguém, que ela iria gravar, mas o seu produtor musical achou muito pouco comercial.
ALCIONE guardou a música por 6 meses e depois incluiu em seu primeiro LP, quando tocou pela primeira vez na rádio, á música ficou 22 semanas em primeiro lugar das mais pedidas pelo público.
A partir daí, não parou mais, com média de um LP gravado por ano, ALCIONE alcançou um patamar de estrela da MPB brasileira.
Recebeu o apelido de “Marrom” em uma viagem que fez com a dupla de cantores caipiras Ludgero e Otrope. Fez parte do ABC do samba: ALCIONE, Beth Carvalho e Clara Nunes.
Em 1980 fundaram o clube do Samba juntamente com João Nogueira, D. Ivone, Elizete Cardoso, Martinho da Vila entre outros.
A carreira da nossa querida ALCIONE esta em alta até hoje, por isso essa singela homenagem do G.R.E.S. JUVENTUDE IMPERIAL a essa mulher Sambista, Cantora, Brasileira, Maranhense, mangueirense e escorpiana, o nosso agradecimento.
Muito sucesso para todos nós!!!!!!
Claudia Dazzine